Rip Curl Girls Pro

Jacque é terceira

Jacqueline Silva, Rip Curl Girls Pro, San Bartolo, Peru.

625x415
A peruana Sofia Mulanovich foi a grande vencedora do Rip Curl Girls Pro. Foto: Maga Villalobos
 

Nenhuma das outras 43 surfistas de treze países que participaram do Rip Curl Girls Pro Qualifying Series conseguiu impedir a reedição da mesma final do ano passado na etapa do WQS feminino da ASP South America no Peru. Assim como em Punta Rocas, a decisão do título em San Bartolo foi 100% peruana, mas desta vez a ex-top do WCT Sofia Mulanovich, de 30 anos, foi a campeã.

 

A surfista dominou toda a bateria contra Anali Gomez, 27, para faturar os US$ 7 mo; e os 1.000 pontos da vitória no ASP 4-Star do Peru. Derrotadas nas semifinais, a brasileira Jacqueline Silva, 34, e a americana Demi Boelsterli, 23, dividiram o terceiro lugar no pódio em San Bartolo.

 

625x415
A brasileira Jacqueline Silva terminou na terceira colocação do evento disputado no Peru. Foto: Maga Villalobos
 

“Estou muito feliz por ter vencido o campeonato, mas eu sabia que nada estava decidido até o fim da bateria, porque a Anali tem um nível de surfe incrível”, destacou Sofia, que foi campeã mundial do WCT em 2004. “Não deu muita onda na final, mas estou muito contente por ter vencido esta revanche contra a “La Negra” (Anali Gomez), que ganhou o título no ano passado em Punta Rocas. Mais um pódio peruano me enche de felicidade, pois mostra o nível técnico do surf do país no momento. E a Anali me motiva, ele é uma grande surfista e admiro bastante o seu surf. Agora vou escolher os campeonatos que vou competir, mas sem muita pressão por resultados, apenas para me divertir e surfar”.

 

No caminho até a sua segunda final consecutiva no ASP 4-Star Rip Curl Girls Pro, Sofia Mulanovich bateu todos os recordes do campeonato na bateria das quartas-de-final contra a australiana Georgia Fish. Ela recebeu nota 9,25 na melhor onda surfada em San Bartolo, além de ter totalizado 17,75 pontos no sábado, superando os 16,50 da americana Demi Boelsterli.

 

Depois, Sofia despachou a própria Boelsterli na semifinal para confirmar outra final contra Anali Gomez na etapa WQS feminino da ASP South America no Peru. Isto porque a defensora do título já havia derrotado a brasileira Jacqueline Silva na bateria anterior.

 

Infelizmente, longas calmarias marcaram a grande final de poucas ondas surfadas pelas duas competidoras. A bateria de 30 minutos começou às 14h10, na maré cheia em San Bartolo, e Anali escolheu a primeira onda, mas ela fechou. Só depois de 5 minutos entrou outra série para Sofia surfar bem uma direita com quatro manobras fortes de frontside e largar na frente com nota 6,75. Cinco minutos depois, a campeã mundial de 2004 pegou outra onda que abriu a parede para ela ir manobrando até os molhes de San Bartolo e tirar nota 6,5.

 

Anali Gomez demorou 12 minutos para pegar outra onda, mas novamente escolheu mal, e ela fechou rápido. A de trás era melhor, e ficou para Sofia fazer 5,65 pontos, que foram descartados. Anali só surfou sua primeira onda boa quando restavam 8 minutos para o término, e foi a melhor da final. Com suas potentes batidas de backside, ela arrancou nota 8,75 dos juízes, a segunda maior de todo o campeonato. Porém, Sofia logo respondeu destruindo outra direita que valeu nota 8,0, mantendo uma boa vantagem de 6 pontos. Depois disso, não entrou mais nenhuma onda e o placar da vitória de Sofia Mulanovich ficou em 14,75 a 9,75 pontos.

 

“Estou feliz por ter feito mais uma final com a Sofia (Mulanovich), mas infelizmente eu não pude fazer quase nada porque não tinha onda e as que eu peguei fecharam rápido. Gostei da final, mas não das ondas que faltaram para mim na bateria”, lamentou Anali Gomez, que antes havia derrotado as duas principais concorrentes do Brasil ao título, a amiga Silvana Lima, que estava hospedada em sua casa, nas quartas-de-final, e Jacqueline Silva, na semi-final.

 

Com os 750 pontos do vice-campeonato, Anali subiu da 25ª para a 16ª posição no ranking do ASP Qualifying Series, que classifica seis surfistas para o WCT feminino do ano que vem. Duas surfistas entraram no G-6 do WQS no Rip Curl Girls Pro, ambas derrotadas nas quartas de final. A brasileira Silvana Lima estava em nono lugar e agora é a sexta colocada, enquanto a australiana Georgia Fish assumi a sétima posição. As duas tiraram da zona de classificação para o WCT a americana Sage Erickson e a australiana Laura Enever, que não competiram no Peru.

 

O Rip Curl Girls Pro foi a primeira competição da campeã Sofia Mulanovich, que, com os 1.000 pontos da vitória em San Bartolo, entra no ranking do WQS no 32º lugar. Quem também deu um grande salto foi a brasileira Jacqueline Silva, que subiu da 74ª para a 35ª posição com os 563 pontos do terceiro lugar no Peru. Das quatro semi-finalistas, ela foi a única que competiu desde a primeira fase, enquanto as outras três faziam parte das cabeças de chave que entraram na segunda rodada de oito baterias.?

 

A segunda final consecutiva entre Sofia Mulanovich e Anali Gomez no Rip Curl Girls Pro do Peru foi confirmada em duas semifinais emocionantes, decididas nas ondas surfadas nos últimos minutos. Com seus estilosos cutbacks e roundhouses, Jacqueline Silva conseguiu virar o placar contra Anali Gomez nos minutos finais. Ela assumiu a liderança com uma nota 7,15, mas a peruana deu o troco com suas batidas verticais jogando água e retomou a ponta com sua segunda nota 7,00 na bateria. A brasileira ficou precisando de 6,85 pontos e ainda pegou uma direita, foi atacando a onda com velocidade e recebeu nota 5,60, com Anali Gomez ganhando a primeira vaga para a sua segunda final no Rip Curl Girls Pro do Peru.

 

“Estou muito feliz assim mesmo”, disse Jacqueline Silva. “Eu queria chegar à final e sabia que a bateria contra a Anali Gomez ia ser muito difícil, mas fiz o meu melhor para conseguir o terceiro lugar no evento com o alto nível técnico. As ondas melhoraram bastante hoje (domingo) e foi um grande dia para o surf feminino. Espero seguir competindo no circuito mundial, principalmente depois deste resultado, que me deu mais confiança. Mas continuou sem patrocínio e dependendo das doações pelo Facebook para isso”, completou.

 

Já na segunda semi-final, Sofia Mulanovich não achou as ondas como na sua bateria anterior, quando bateu todos os recordes do campeonato. Com um bom repertório de manobras modernas, a americana Demi Boelsterli foi somando pontos nas suas ondas para abrir 6,40 de vantagem. Sofia só conseguiu uma onda boa quando restavam 3 minutos para o término da bateria, e com uma série de manobras marcou 7,90 pontos, virando o placar para 12,80. A americana pegou uma última onda precisando de 6,66 para reverter o resultado, mas marcou apenas 5,80.

 

“Para mim foi uma honra ter competido com uma campeã mundial como a Sofia”, elogiou a jovem americana Demi Boelsterli. “Foi uma bateria bem divertida, liderei do começo até o fim, quando as ondas começaram a entrar para a Sofia, ela conseguiu os pontos que precisava para vencer. Mesmo assim, saio contente daqui do Peru, gostei muito de conhecer este país e as ondas aqui de San Bartolo. Vou continuar competindo no circuito mundial e estes pontos que consegui foram importantes para mim na busca por uma vaga no WCT”.

 

Exit mobile version