Nathalie Martins

Campeã sul-americana

Brasileira Nathalie Martins comemora o título sul-americano Maui and Sons Pichilemu Woman's Pro, QS 1500, Punta Lobos, Chile.

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Sofia Mulanovich (PER) vence o Maui and Sons Pichilemu Woman’s Pro em Punta Lobos, Chile. Foto: Luis Barra.

 

A peruana Sofia Mulanovich fez história mais uma vez. A única surfista da América do Sul a ser campeã mundial da World Surf League em 2004, agora se torna a primeira sul-americana a vencer o Maui and Sons Pichilemu Woman’s Pro nas três edições do QS 1500 do Chile.

Antes da decisão com a jovem surfista da Costa Rica, Leilane McGonagle, de apenas 16 anos de idade, Mulanovich, aos 33 anos, garantiu o título sul-americano da WSL South America para a brasileira Nathalie Martins, 26. Foi quando derrotou a outra única concorrente nas semifinais, a chilena Lorena Fica, 21. A peruana foi a campeã do ano passado e agora ficou empatada em segundo lugar com a cearense Silvana Lima, 32, vencedora da outra etapa no Brasil.

 

“Bem, eu quero agradecer muito a todas as pessoas que vieram aqui para apoiar o surfe feminino latino e obrigado aos surfistas locais que deixaram o mar para a gente competir todos esses dias”, foram as primeiras palavras de Sofia Mulanovich, no pódio da vitória inédita de uma sul-americana no Maui and Sons Pichilemu Pro. “As ondas aqui em Punta de Lobos são incríveis, é o meu campeonato preferido no mundo e obrigado a Trini (Trinidad Segura), organizadora do evento, e aos patrocinadores. Estou superfeliz e muito obrigada a todos”.

 

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Brasileira Nathalie Martins comemora o título sul-americano. Foto: Luis Barra.

Festa verde e amarela – A premiação das finalistas no pódio começou com Nathalie Martins recebendo o troféu de campeã sul-americana de 2016. A importância do título regional da WSL South America é a garantia de participação nas principais etapas do WSL Qualifying Series da próxima temporada, com status QS 6000 e QS 10000, que decidem as seis vagas para a elite do CT. Nathalie perdeu na primeira rodada do domingo e ficou na expectativa para que Lorena Fica não vencesse o campeonato, único resultado para a chilena superar os seus 1.050 pontos no ranking.

 

“Primeiro, eu quero felicitar e agradecer todas as pessoas que fizeram esse evento e também as minhas amigas pela torcida e pela vibração”, disse a nova campeã sul-americana de 2016 da WSL South America. “Quero também felicitar todas as competidoras que fizeram um grande trabalho aqui. Estou muito contente e obrigado a todos por me receberem tão bem aqui no Chile. Mas, este troféu é muito grande e nem sei como vou levar ele para casa (risos)” finalizou Nathalie.

 

Antes, Nathalie já havia comentado sobre o título sul-americano na transmissão ao vivo pela internet, durante a final entre Sofia Mulanovich e Leilani McGonagle: “Felizmente, a Sofia (Mulanovich) ganhou da Lorena (Fica) na semifinal e já estou aqui como campeã. Estou muito contente e só tenho que agradecer a todos que me apoiaram e torceram por mim para chegar até aqui. Foi um campeonato bem difícil e estou muito feliz por conseguir meu objetivo de vir para cá, que era ser campeã sul-americana”.

 

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Uma das concorrentes ao título sul-americano, Lorena Fica (CHI), não conseguiu estragar a festa brasileira no Chile. Foto: Pablo Jimenez .

Disputas – A disputa do título já começou na primeira bateria do domingo em Punta de Lobos, com a bicampeã chilena, Lorena Fica. Ela passou para as quartas de final enfrentando as duas participantes mais bem colocadas no WSL Qualifying Series, eliminando a equatoriana Dominic Barona na disputa vencida pela peruana Anali Gomez. O caminho ainda era longo para tirar o título da brasileira, só com a vitória no Maui and Sons Pichilemu Woman’s Pro.

 

A outra concorrente de Nathalie Martins era a argentina Lucia Indurain, barrada no confronto seguinte pela campeã Sofia Mulanovich e a americana Bethany Zelasko. A paranaense entrou na terceira bateria e também ficou em terceiro lugar contra a argentina Josefina Ane e outra americana, Nicole Fulford. E Lorena deu mais um passo rumo ao título, surfando bem de novo contra Bethany Zelasko para seguir com chance.

 

Decisão do título – Só que ela iria enfrentar a campeã do ano passado, Sofia Mulanovich, que ganhou o duelo peruano com a vice-campeã sul-americana, Anali Gomez. Sofia começou bem com nota 7,17 e liderou todo o confronto com Lorena Fica, surfando ainda duas ondas na casa dos 6 pontos para vencer por 13,90 a 9,23. Com o resultado, Nathalie Martins foi consagrada como campeã sul-americana de 2016 e a chilena ficou em quarto lugar no ranking das duas etapas da WSL South America esse ano. A outra foi o Praia do Forte Pro na Bahia, onde Nathalie foi finalista na bateria vencida pela cearense Silvana Lima.

 

Na segunda semifinal, estava a outra sul-americana que já tinha decidido o título do Maui and Sons Pichilemu Woman’s Pro, a argentina Josefina Ane. Nos dois primeiros anos do QS 1500 do Chile, só tinha dado Havaí no alto do pódio, com Dax McGill vencendo a edição de 2014 e Alessa Quizon ganhando a do ano passado. No entanto, a argentina não conseguiu passar pela costa-ricense Leilani McGonagle, que tinha feito o maior placar do campeonato em sua primeira atuação no domingo em Punta de Lobos, 17,30 pontos com notas 9,00 e 8,30.

 

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Com apenas 16 anos, Leilani Mcgonagle (CRI) fez o verdadeiro duelo de gerações com Mulanovich na final do Maui and Sons Pichilemu Woman’s Pro. Foto: Luis Barra.

Grande final – A final foi mais um confronto de gerações, entre a peruana Sofia Mulanovich com seus 33 anos de idade e toda a experiência de várias temporadas fazendo parte do grupo das melhores do mundo, com a jovem surfista da Costa Rica, Leilani McGonagle, com 16 apenas. A decisão começou por volta das 17h00 com a praia lotada em Punta de Lobos e Leilani abriu a bateria, largando na frente com nota 4,0.

 

Mulanovich falha na escolha da sua primeira onda e Leilani pega outra que valeu 3,67. Mas, logo a peruana acha as esquerdas abrindo mais parede para mostrar a força do seu backside e tirar notas 6,17 e 4,83 em duas ondas seguidas para assumir a ponta e não largar mais. A costa-ricense fica mais ativa dentro d´água, indo em mais ondas para se manter na briga e consegue um 5,13, diminuindo a vantagem para 5,88. Leilani ainda surfa uma esquerda bem mais longa e sai manobrando de frontside para tirar 5,93, que valeria a liderança.

 

Só que logo Sofia reponde com duas batidas potentes de backside numa onda mais curta que renderam nota 6,87, com McGonagle passando a precisar de 7,11 pontos nos 5 minutos finais. Ela até chegou perto em sua melhor onda, nota 6,90. Mas, a peruana ainda pega outra esquerda em pé, para repetir o ataque de duas manobras fortes com mais verticalidade e ganhar nota 8,67 dos juízes. A vitória por 15,54 a 12,83 pontos valeu um prêmio de 6.000 dólares para Sofia Mulanovich, que subiu para o quadragésimo lugar no WSL Qualifying Series com os 1.500 pontos do Chile.

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Sofia Mulanovich (PER) forçando o backside na final em Punta Lobos, Chile. Foto: Luis Barra.

 

Leilani McGonagle também ficou feliz pelo vice-campeonato, seu melhor resultado da carreira no WSL Qualifying Series, que a levou para a 58.a posição no ranking: “Primeiramente, gostaria de agradecer a todos por virem aqui nos apoiar. Foram dias muito bons surfando com todas as meninas e obrigado aos organizadores desse evento incrível. Quero felicitar a Sofia (Mulanovich) que surfou muito bem e também agradecer ao meu pai, que está lá na Costa Rica assistindo o campeonato. Te amo papai e obrigado por todo o apoio, estou muito feliz”.

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