Oi HD SP Open

Seleção estreia em Maresias

Filipe Toledo , Oi HD Open of Surfing 2015, Maresias (SP).

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Gabriel Medina faz a festa da torcida na praia de Maresias (SP). Foto: © WSL / Smorigo

 

Uma maratona de dezenove baterias disputadas desde as 8h00 até às 17h30 na quarta-feira de boas ondas de 3 a 5 pés na praia de Maresias, para as principais estrelas do Oi HD São Paulo Open of Surfing estrearem no QS 10000 de São Sebastião apresentado pelo Banco do Brasil. Todos os sete integrantes da “seleção brasileira” do WCT passaram para a segunda fase.

O potiguar Italo Ferreira fez um novo recorde de 17,33 pontos e o campeão mundial Gabriel Medina, o defensor do título desta etapa, Filipe Toledo, e Miguel Pupo, também venceram suas baterias, enquanto Adriano de Souza e Jadson André passaram em segundo nas suas. Só Wiggolly Dantas acabou eliminado no último confronto do dia, já pela segunda fase da competição que prossegue até domingo na praia mais badalada do litoral norte paulista.

“Estou surfando mais relaxado, sem pressão nenhuma e consegui pegar umas ondas boas na bateria, então espero manter esse ritmo até o final. As esquerdas estão favorecendo os aéreos, o vento está facilitando executar esse tipo de manobra, então eu apostei nos aéreos e deu tudo certo”, disse Italo Ferreira, que tirou nota 9,33 num dos voos mais altos do dia para totalizar imbatíveis 17,33 pontos. Foi justamente na etapa de São Sebastião que o potiguar garantiu sua classificação para o WCT no ano passado e agora chega como o melhor estreante na divisão de elite da World Surf League. “Eu tenho me dedicado muito ao Circuito Mundial e estou muito feliz que os resultados estão aparecendo. Eu só quero mesmo aproveitar esse momento e continuar fazendo o meu trabalho da melhor maneira”.

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Filipe Toledo também brilha na estreia no Oi HD Open of Surfing. Foto: © WSL / Smorigo

O terceiro dia do Oi HD São Paulo Open of Surfing começou com uma dobradinha australiana vencida pela novidade já confirmada no WCT do ano que vem, o bicampeão mundial Pro Junior, Jack Freestone. Na briga pela segunda vaga da bateria, Cooper Chapman despachou o sul-africano Michael February e um dos concorrentes diretos pelas quatro últimas vagas na lista dos dez indicados pelo Qualifying Series para a elite dos top-34 da World Surf League, Evan Geiselman. O norte-americano ocupava a 21.a posição no ranking que está classificando até o 12.o colocado, o australiano Stu Kennedy, também já eliminado da competição.

“Eu odeio disputar a primeira bateria do dia, é muito ruim porque você não está 100% acordado e pronto pra competir ainda”, disse Jack Freestone, que também vai abrir a quinta-feira, na quinta bateria da segunda fase com o também australiano Thomas Woods, o sul-africano Beyrick De Vries e o jovem paulista Samuel Pupo. “A maré estava bem cheia e acho que a bancada (de areia) que estamos surfando fica melhor na maré seca. As ondas estão fechando um pouco, mas ainda tem umas boas lá fora. Eu tenho aprendido bastante nos últimos anos. Antes, eu disputava várias baterias pensando que iam ser fáceis e perdia, mas agora eu entro com outra mentalidade e vem dando certo”.

CAMPEÃO MUNDIAL – O irmão mais jovem do top do WCT, Miguel Pupo, que vai competir com Jack Freestone no primeiro confronto da quinta-feira, previsto para iniciar as 7h30 na Praia de Maresias, foi uma das surpresas do terceiro dia do Oi HD São Paulo Open of Surfing. Ele venceu o Nossolar Trials na segunda-feira e completou a bateria de estreia do campeão mundial Gabriel Medina. Os dois acertaram bons aéreos para fazer uma dobradinha brasileira sobre dois surfistas que tinham chances de entrar na zona de classificação para o WCT em São Sebastião, o australiano Mitch Crews e o marroquino Ramzi Boukhiam.

“A bateria foi muito difícil e só em estar em casa, ter ganho o Trials, já foi muito especial pra mim. Mas, espero continuar avançando no campeonato”, disse o participante mais jovem do QS 10000 de São Sebastião, Samuel Pupo, de apenas 15 anos de idade. “O Miguel (Pupo) já tinha falado pra mim que numa etapa importante assim todos entram nas baterias com muita raça, todos querem vencer, mas estou aqui pra me divertir. Eu não tenho pressão nenhuma por resultados, então estou aqui só pra mostrar o meu surfe”.

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Italo Ferreira registra as maiores pontuações do dia. Foto: © WSL / Smorigo

O campeão mundial Gabriel Medina também saiu feliz do mar pela vitória e com a classificação do Samuel Pupo, que ele vê surfar desde criança. “É muito bom estrear em casa com vitória, ainda mais passando junto com o Samuel (Pupo), um moleque que a gente sempre surfou junto e é como se fosse da minha família. O mar está um pouco difícil e eu tive que ir pros aéreos. É a manobra que dá mais nota e Graças a Deus funcionou. Espero que o mar aumente, como a previsão está indicando, para a gente pegar uns tubos aqui nos próximos dias”.

TÍTULO MUNDIAL – Na disputa seguinte, outro dos três brasileiros que vão brigar pelo título mundial da temporada no Havaí, Adriano de Souza, se classificou em segundo lugar na bateria vencida pelo norte-americano Tanner Gudauskas. “Este ano está sendo um sonho para nós, brasileiros. Dez anos atrás, quando entrei no Tour, a gente lutava só para entrar nos top-5 e agora somos três lutando pelo título mundial. Acho que melhoramos muito e é isso que os fãs brasileiros sempre quiseram. Estou feliz por estar participando deste grande evento aqui, mas meu foco principal é conseguir meu primeiro título mundial no Havaí”.

Já o defensor do título do Oi HD São Paulo Open of Surfing e atual vice-líder na corrida pelo título mundial, Filipe Toledo, só estreou na bateria que fechou a primeira fase. Ele enfrentou os dois portugueses que brilharam na etapa do WCT vencida por ele em Supertubos na sexta-feira passada, encerrada com uma final brasileira contra Italo Ferreira em Cascais. O semifinalista em Portugal, Vasco Ribeiro, estava se classificando até o último minuto, quando Messias Felix arriscou um aéreo sensacional e ainda acertou outras manobras para conquistar a última vaga para a segunda fase. Vasco acabou eliminado junto com Frederico Morais.

“Eu gosto de arriscar as manobras e sempre surfo minhas ondas como se fossem a última da bateria”, disse Filipe Toledo, que completou vários aéreos principalmente nas direitas de Maresias e, assim como Medina, passou um tempão dando autógrafos e tirando fotos com a torcida que compareceu em peso para assistir as estrelas do surfe brasileiro e mundial na Praia de Maresias. “Estou bem tranquilo aqui, curtindo bastante em estar participando desse evento que eu venci no ano passado e muito confiante para buscar outro bom resultado. Estou me sentindo bem mais relaxado depois da vitória em Portugal e agora já me preparando para lutar pelo título mundial lá em Pipeline. Eu me sinto abençoado por tudo o que está acontecendo comigo esse ano”.

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Adriano de Souza garante o segundo lugar em seu confronto. Foto: © WSL / Smorigo

VAGAS NO WCT – Além da estreia das principais atrações do Oi HD São Paulo Open of Surfing, a batalha pelas quatro últimas vagas do Qualifying Series para a elite dos top-34 da World Surf League também centralizou as atenções na quarta-feira. Em todas as quinze baterias que faltavam para fechar a primeira fase, tinham um ou dois competidores com chances de entrar na zona de classificação para o WCT. Foram 27 no total e apenas treze avançaram para a segunda fase, com quatorze adiando o sonho de fazer parte do grupo dos melhores surfistas do mundo para as duas últimas etapas do QS 10000 que vão abrir a Tríplice Coroa Havaiana.

A segunda fase foi iniciada ainda na tarde da quarta-feira, com as quatro primeiras baterias fechando o terceiro dia do Oi HD São Paulo Open of Surfing. Mais oito concorrentes por vagas no WCT competiram, com quatro deles se enfrentando na segunda bateria. O recordista da terça-feira, Sebastian Zietz, foi barrado junto com o australiano Soli Bailey, que entraria no G-10 se passasse para a terceira fase. Agora quem está mais próximo da zona de classificação é o norte-americano Conner Coffin, que venceu a bateria com o taitiano Mateia Hiquily se classificando em segundo lugar. Já no último confronto do dia, caiu um dos sete integrantes da seleção brasileira do WCT, Wiggolly Dantas, na dobradinha catarinense de Tomas Hermes com Willian Cardoso, que arrancou a maior nota do campeonato, 9,40, para passar em primeiro.

Com os resultados dessas quatro baterias, dezenove surfistas seguem com chances matemáticas de entrar no G-10 do Qualifying Series em São Sebastião, os brasileiros Michael Rodrigues (CE), Jessé Mendes (SP), Bino Lopes (BA), Hizunomê Bettero (SP) e Tomas Hermes (SC), os americanos Conner Coffin, Nathan Yeomans, Tanner Gudauskas e Michael Dunphy, os australianos Davey Cathels, Mich Coleborn, Cooper Chapman e Yadin Nicol, os havaianos Tanner Hendrickson e Ezekiel Lau, os costa-ricenses Carlos Munoz e Noe Mar McGonagle, o sul-africano Beyrick De Vries e o taitiano Mateia Hiquily.

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Samuel Pupo faz dobradinha local com Medina em Maresias. Foto: © WSL / Smorigo

DEZENOVE PAÍSES – Dos 96 surfistas de dezenove países inscritos no Oi HD São Paulo Open of Surfing, 48 representantes de onze nações apenas passaram pela primeira rodada do QS 10000 de São Sebastião. Dos trinta brasileiros, 21 avançaram com dez deles vencendo suas baterias de estreia na Praia de Maresias. A Austrália compareceu com o maior pelotão estrangeiro e nove dos dezessete participantes se classificaram para a segunda fase. Os Estados Unidos tinham nove surfistas e restaram cinco, enquanto o Havaí garantiu quatro vagas, mas perdeu metade do time.

Os outros países que passaram para a segunda fase foram a Costa Rica e a Nova Zelândia com seus dois inscritos no Oi HD São Paulo Open of Surfing e com um Portugal, África do Sul, Japão, Itália e Taiti. Portugal sofreu cinco baixas, assim como a França que perdeu todos os seus cinco representantes na primeira fase. Os únicos inscritos da Espanha (2), Argentina (2), Guadalupe (2), Ilha Reunião (1), Marrocos (1), Peru (1) e Uruguai (1), também foram eliminados logo em suas primeiras apresentações na Praia de Maresias.

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Willian Cardoso explode as esquerdas do pico com seu backside afiado. Foto: © WSL / Smorigo

O QS 10000 Oi HD São Paulo Open of Surfing tem os patrocínios de Oi e HD (Hawaiian Dreams), copatrocínios de Construtora Nossolar, Vult Cosméticos, Back Fish e Rádio 89 FM. Apoios do Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura de São Sebastião. O evento é homologado pela World Surf League, com apoio institucional da Federação Paulista de Surf, Associação de Surf de São Sebastião e Associação de Surf de Maresias. Divulgação: Revista Fluir, Waves, ESPN e 89 FM.

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